Como educar os filhos de um novo relacionamento amoroso
Educar é uma atividade que exige procedimentos e condutas padronizados, em qualquer situação, seja no lar ou na escola. Deve-se impor limites, mas também conceder-se liberdades, para que se crie a disciplina consciente. Esta significa que o indivíduo deve saber se comportar corretamente, mesmo na ausência daquele que o ensinou o caminho correto, bem como os valores a serem manifestados para seu sucesso e vitória.
Na vida as pessoas seguem um padrão, um caminho que é percorrido pela maioria, que é digamos: conhecer e apaixonar-se por uma pessoa e em função da grandeza e profundidade deste amor ambas decidirem se casar, contrair o matrimônio e construir uma família.
Esse seria o projeto de vida padrão da maioria das pessoas. Elas desejam amar e ser amadas, desejam ser felizes ao lado de uma pessoa que lhe apresenta afinidades, mas que também apresenta diferenças que se equilibram com os valores desejados. Essa junção e equilíbrio dão um colorido todo especial a vida de ambas as pessoas.
Entretanto, é uma realidade e verdade que nem sempre a primeira impressão permanece por toda a vida. Ao passarmos a conviver com a pessoa que casamos passamos a descobrir que, na fase inicial do relacionamento conhecemos, na verdade, apenas a ponta do iceberg de sua real personalidade. Com passar do tempo o castelo da fantasia desmorona, o convívio se torna insuportável e ocorre a separação matrimonial.
Bens são vendidos, contas bancárias separadas, mas os filhos ficam, afinal eles são fruto perpétuo do amor que um dia existiu. E a vida continua e os filhos estarão nela e devemos saber como educá-los caso – e normalmente ocorre – surja um novo relacionamento amoroso.
Como Educar os Filhos em um Novo Relacionamento Amoroso
Quando casamos não pensamos e nem imaginamos que o casamento vai enveredar pelo desvio indesejável da vida (o divórcio) cujo evento, negando ou não, deixa vestígios profundos.
Separar-se da pessoa que um dia amávamos não é algo devastador e nem um pouco agradável. Apesar deste fato ocorrer a vida prossegue e em vista que não morremos, pelo contrário, a própria vida ainda nos dá uma nova chance para sermos felizes.
E nessa chance os filhos da relação anterior não podem ser esquecidos ou deixados de lado, afinal eles são parte de nós e nós deles. Por serem a parte mais afetada, tanto no divórcio como na nova relação que se constitui, devem ser devida e cuidadosamente acolhidos, compreendidos e orientados.
A aceitação, a adaptação e a convivência dos filhos na nova relação amorosa exigem um novo estilo e padrão de vida, totalmente diferente do anterior vivido por ambas as partes. O passado ficou para trás, menos os filhos e eles devem receber tratamento especial.
Educar os filhos de um novo relacionamento é uma atividade que exige procedimentos e condutas padronizados, ou seja, devem ser planejados para que o novo enlace não se torne um caos, um pesadelo. O casal deve se esforçar para que a junção de pessoas de personalidades distintas (os meus e os teus filhos se assim podemos designar) que viviam sob outro estilo de vida forme um novo ambiente familiar saudável, aprazível e feliz. Esse esforço na ação de educar deve ser focado no diálogo, entre o casal e posteriormente com cada um dos filhos, separadamente, em função de suas idades ou simplesmente em conjunto.
O casal deve fazer os filhos de ambas relações anteriores entenderem, através do diálogo sereno e não imperativo, que o pai/mãe separou-se do cônjuge e que agora eles formam uma nova família. Não adianta impor a aceitação do novo lar, não adianta impor que os meus sejam totalmente submissos aos seus (filhos, dela ou dele) e vice-versa.
O pai e/ou mãe devem ser atentos, carinhosos, compreensivos, pacientes e disciplinadores (não autoritários) para que conquistem a simpatia dos seus filhos pelo padrasto ou pela madrasta e pelos novos irmãos.
Se ele e/ou ela agir baseado (a) no amor, na razão, no discernimento e não perder a paciência, buscando a causa de alguma divergência e tentando amenizá-la, não focando apenas em seu efeito, certamente estará no caminho da harmonia e da felicidade.
Educar os filhos na nova família exige muito do casal. Deve haver união e comprometimento na fase inicial do relacionamento até que a situação encontre sua rotina. Se os filhos não compreenderem que uma nova família está se constituindo, que igualmente os novos irmãos devem ceder espaço, atenção, carinho, e benesses, que o início será de conhecimento, adaptação (com relativas e previstas dificuldades), e busca de uma convivência salutar, a relação amorosa terá suas estruturas seriamente comprometidas.
Contudo, a ferramenta-solução para esse melindre é fazer o homem e/ou mulher entender que todos serão felizes nesta união se forem tratados igualmente. Educar com o mesmo carinho, atenção, compreensão, paciência e disciplina.
Deve existir um consenso no casal quanto ao plano de educar e a convivência a ser estabelecida. Deve-se administrar o novo lar de modo que se alcance a harmonia, a felicidade e realização de todos, indistintamente.
Os Filhos Nascidos no Novo Relacionamento Amoroso
O relacionamento transcorrendo dentro da harmonia, paz e felicidade normalmente com o tempo virão os (nossos) filhos da nova relação amorosa. Filhos que têm o sangue dos “seus” (filhos do homem) e dos “teus” (filhos da mulher).
É fundamental que os “seus” e os “teus” (filhos) compreendam que os filhos nascidos na nova família são equiparados, em todos os sentidos, aos “seus” e aos “teus”. O casal não deve dispensar maiores atenções aos filhos nascidos na nova relação para que este ato de zelo, carinho e cuidado não gere ciúmes e divergências nos demais irmãos.
Situação parece complicada né, mas não é. Ela é simples e deve ser encarada como um fato: normal em sua natureza, não tão difícil de equacionar, contudo um tanto difícil de administrar, mas não impossível. O educar da nova família exige que haja amor, paciência, perseverança e muita compreensão.
Tente fazer com que todos – pais e filhos – entendam que a manutenção da harmonia, do equilíbrio amoroso e emocional, bem como a compreensão e o bom convívio será em benefício de todos e que esse conjunto trará inegavelmente a felicidade ao coração da família.
ROBERT THOMAZ
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